terça-feira, 27 de setembro de 2011

O Milagre que ninguém percebeu!

   
    Me permitam "roubar" um pequeno espaço nesse Blog que tem por objetivo principal tratar de assuntos pertinentes a Dependência Química, para falar um pouco do que Deus tem feito em minha Vida. Faço isso por considerar ser a oportunidade que tenho de "gritar" ao mundo o Milagre de Deus em meu coração. Esse Blog não se destina a assuntos pessoais, mas acredito que vai valer a pena arriscar. Espero que você seja tão abençoado quanto tenho sido. 
 A História da "morte" que me devolveu a Vida!
    Dizem que o medo da morte faz-nos repensar na Vida! Não posso deixar de concordar! Mas não foi o medo da minha própria morte que me fez Re-Viver, foi o medo de perder quem eu muito amava que me fez voltar ao início de tudo! Ao início da minha história de Fé!
   A notícia da morte já foi à causa das lágrimas de Cristo, mas não o levou a duvidar! Tampouco percebemos Jesus questionando os possíveis motivos ou mesmo a vontade do Pai! Jesus só pronuncia: ele não está morto, apenas dorme! Ainda que estejamos falando do Cristo – Deus, não ignoramos sua natureza humana. Ele sofreu! Afinal de contas era seu melhor amigo, Lázaro quem dormia o sono da morte!  Seu coração palpitava apertado, ele sentia a dor e a angústia de perder alguém que amava! Mesmo assim, Jesus não mudou seu curso, não mudou seus planos. Continuou fazendo aquilo que estava proposto e aquilo que o Pai havia o direcionado! Ele chorou, mas não desesperou! Ele chorou, mas não questionou! Ele chorou, mas não pôs em dúvida o caráter fiel do seu Pai!
    A notícia da “morte” causou muito mais que lágrimas em mim. Desmoronou o que eu achava ser a estrutura perfeita.  Por tempos eu me gabava de ter me libertado das “estruturas religiosas”, e de estar descomprometida com os moldes de fé que por toda minha vida Cristã eu havia me habituado.  Eu sabia que minha vida estava longe de produzir frutos para o Reino de Deus como no passado, mas isso tampouco me importava, eu estava certa que viver para minha família bastava. E eu não estava totalmente errada!  Mas eu havia me esquecido, que a Fé não é mutável, nem está condicionada a Igrejas ou ministérios. A fé que eu acreditava ser o suficiente para manter a minha “estrutura perfeita”, agora me abandonava.
   Durante toda aquela viagem, eu percorria um caminho até um Milagre que até então eu nunca havia precisado! Eu não sabia o que era ter Fé! Toda a Fé, de todos os meus anos de Cristianismo, não continham minhas lágrimas. Mas algo eu tinha: força! Força para agir! Com fé ou sem fé alguma coisa precisava ser feita. E nós fizemos. Toda a família se uniu em busca de um Milagre! Família que já havia esquecido o sentido da palavra União. Que tinha valorizado mais, e falo por mim, mágoas e rancores do passado. Mas nada mais importava, nada mais tinha valor. Prevalecia o amor que herdamos de nossa mãe, a luta pela família que aprendemos com ela.
   Naquele hospital tudo era escuro. O cheiro me enjoava e o ambiente era deprimente. Mas eu só podia me condicionar a sorrir! Era preciso muito mais que caras angustiadas ou fechadas! As palavras do médico eram claras, e a confusão em minha mente era imensa. E agora eu que adorava optar pela razão, não encontrava resposta para tamanha angústia em meu coração. Durante a noite eu não dormia, ficava olhando as gotas de sangue caírem enquanto eram feitas as transfusões, e eu só podia clamar por misericórdia! Foram quatro longas noites, e em uma delas ele acordou e disse: Filha, estou com Fome!  Será que seria esse o início do milagre tão esperado? Eu não tinha certeza, mas como naquela altura certezas era o que menos importava, meu coração se enchia de esperança.
   Se o milagre da Vida nele aconteceria, eu não sabia, o que eu tinha certeza é que em mim algo mudaria. Todas as idéias e ideais de fé que antes eu sustentava agora não faziam sentido, uma nova Fé nascia em meu coração. Fé que não se baseava em pessoas ou Igrejas, mas que se baseava na absoluta certeza que a força que ecoava do nosso coração só podia vir de Deus. Eu sabia, pela Fé na Sagrada Escritura, que Jesus, o Deus Vivo podia declarar: Ele não está morto, apenas dorme! Mas dentro de mim ressuscitava certezas, convicções outrora ficadas para trás por feridas do passado, Fé em um Deus muito maior que homens falhos, que Instituições religiosas, que conseqüências de pecado que eu mesma cometi. Na angústia eu percebi que Deus me questionava sobre o tamanho do meu Amor e não o tamanho do meu Pecado! Que meus erros, minhas falhas, minhas recaídas espirituais, minhas incertezas eram pertinentes de Ser Humano e que eu não devia me culpar por isso. Deus não se importava com nada além do meu Amor! A proporção do meu amor por Ele determinaria a minha Fé!
   Alcancei o milagre pelo qual eu não havia perseguido! O sobrenatural de Deus em meu interior trouxe de volta a Fé e o sentido para muitas coisas que haviam se perdido. Continuo vivendo para a minha família, meus filhos são meus maiores discípulos, mas carrego na memória todo o aprendizado que a dor me trouxe. Nem perto estou de chegar ao centro da vontade de Deus para minha vida, mas certa estou que estou caminhando para isso.
            Há, o meu pai continua com Fome. E que fome!
            Deus nos abençoe sempre.
      Tanise Stiborski 

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