quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

As Drogas em Lar “Santo”! O dia em que ela entrou na casa de Robinson Cavalcanti.


    Quando abri meu computador pela manhã como faço todos os dias para interar-me sobre as novidades do dia e as notícias do mundo, me deparei com um triste email que relatava o falecimento do Bispo Anglicano Robinson Cavalcanti. De imediato pensei: quão triste perda! Com certeza a Revista Ultimato não será mais a mesma, pois perderá o mais sensato de seus escritores em minha opinião. Em meu tempo de estudo teológico, os escritos de Robinson Cavalcanti influenciaram por demais meus pensamentos. Ele tinha uma persistência linda em escrever sobre o papel integral da Igreja, e que o povo de Deus não deveria pensar somente nas almas, deveria pensar também na dureza da vida que as pessoas levavam. Que o evangelho, assim como Cristo de fato pregou, não deveria ficar preso dentro de quatro paredes, mas devia sair para os quatro cantos do mundo, acolhendo, assistindo, resolvendo problemas, trazendo soluções. Nos dias de hoje esse discurso pode não surpreender, mas quando o Bispo Robinson resolveu gritar sobre isso ao “mundo evangélico”, as estruturas eclesiásticas tremeram. Com certeza este homem de Deus deixou seu legado. Deixou suas marcas. Marcas eternas.
    Mas o impacto da notícia foi maior que minha curiosidade. A princípio nem mesmo procurei saber como ele havia falecido. Somente lendo outro artigo que recebi hoje cedo que me deparei então com a crueldade dos fatos, e mais uma vez senti meu coração arder de indignação. O bispo e sua esposa foram mortos por seu filho adotivo, viciado em Drogas. Há menos de quinze dias o rapaz tinha chegado dos EUA deportado exatamente pelo envolvimento com substâncias químicas naquele país. Relatos de amigos falam que Robinson estava feliz com a chegada do filho, e que o coração dele estava alegre em ter Eduardo de volta em casa. Na manhã do dia 27 Eduardo saiu cedo para beber e usar drogas na praia, no retorno para casa, após discussão com os pais, esfaqueou ambos que morreram na sala de seu Lar Cristão. A Droga entrou em Lar Santo, e arrancou cruelmente mais duas vidas, do convívio de seus amigos e de seus entes queridos.   
    Eu fico imaginando como teria sido a criação de Eduardo. Quando um casal decide adotar uma criança, o amor que transborda do coração é imenso, pois é um amor estritamente voluntário, abnegado. Por mais dificuldades que uma família possa passar e falhas que os pais possam cometer na educação de um filho, jamais se cria ou se ama um filho para que ele se perca nesse mundo da dependência. Não nasci nem me criei em um Lar Cristão, mas Deus me deu a graça de constituir um. Mesmo com nossas falhas e nossas imperfeições tentamos passar para nossos meninos a importância de servir a Deus neste mundo de hoje, e mesmo pequeninhos, oramos para que em seus pequenos corações eles entendam, futuramente, que uma vida sem Deus é uma vida perdida.    
     Talvez Bispo Robinson e sua esposa tenham passado anos de sofrimento lutando pela vida deste filho, não sei, mas posso imaginar. Muitas vezes nos perguntamos por que conseguimos ajudar tantas pessoas e não conseguimos fazer pelos nossos, por nossa família, por quem amamos. São mistérios de Deus! Mas creio que este fato possa servir de alerta a tantos “Lares Santos”, lares cristãos espalhados por nosso país. Muitos de nós cristãos acreditamos que certas coisas não acontecem á servos do Senhor, e que estamos protegidos do mundo por estarmos dentro da Igreja. Olhamos para a família alheia, que deveríamos chamar de “Próximo”, e julgamos existir em seu meio pecado, pois nenhuma família de fato santa tem um “drogado” dentro de casa.
    Bispo Robinson Cavalcanti foi um dos homens que mais influenciou a espiritualidade cristã em nosso país. Um homem simples e de um amor imenso por Deus. Com certeza o céu está em festa, e os anjos se alegram com a presença dele e de sua querida esposa.
    Mas nós ficamos! E não estamos protegidos desse mundo como muitos pensam ou desejam estar. Para muitos é mais fácil ignorar ou condenar situações assim, do que encarar que o problema da dependência química está em todo lugar, e pode bater em nossa porta a qualquer momento. Seja por violência ou por experiência. Vamos abrir nossos olhos, vamos ficar atentos, vamos nos unir e lutar contra a dependência química. Conversando com nossos filhos, orando por eles, conversando com nossos discípulos, orando por eles, conversando com nossos pastores e orando para que Eles entendam que a Igreja, a verdadeira Igreja de Cristo não fica presa em quatro paredes, mas ela grita aos quatro cantos do mundo a verdadeira Liberdade que existe no Poder do Evangelho de Jesus Cristo! 

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